O menino que contava árvores

Este livro é o meu primeiro trabalho para o público infantil. Eu jamais pensei em escrever para crianças, mas fui habilmente convencido por minha prima Marianna. Ela é professora de meninos e meninas que estão se alfabetizando e um certo dia me ligou para ir na sua casa. Lá ela me entregou uma caixa com dezenas de livros. Somos vizinhos e então foi fácil transportar essa caixa pra minha casa. Empilhei os livros num canto do meu quarto e comecei a devorá-los um por um, bem devagar. Foi uma delícia ler tantos livros para a criançada. Era uma publicação melhor do que a outra. Às vezes, depois de ler uma história maravilhosa, eu ligava pra minha prima para comentar e ela lembrava perfeitamente de qual livro eu estava me referindo. Foi uma experiência fantástica ler vários autores diferentes. E num dia qualquer, um milagre ocorreu. Acordei com uma história completa na cabeça. Corri para o computador e escrevi minha ideia inteirinha na tela. Ajeitei, cortei uma coisa ou outra e pronto: já tinha meu primeiro livro infantil finalizado. Enviei então meu texto para Marianna. Ela leu e disse que estava maravilhoso. Resolvi publicar. Mas precisava da artista que daria vida e cores a tudo aquilo. Foi aí que a editora Via Litterarum entrou em cena. Eles me indicaram a artista que criou as personagens visualmente. O nome da ilustradora é Naiara Gramacho. Encontrá-la foi um presente divino. Eu vi o portfólio dela e me encantei com a espontaneidade dos seus traços. Parecia uma criança desenhando, uma arte muito similar ao que eu imaginava para esse livro. Achei que tudo ficou muito bonito.